Conceitos do ritmo
A palavra ritmo, do grego Rhytmos, designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. Essência da poesia em que se agrupam os valores de tempo combinados por meio de acentos: volta periódica de tempos fortes e fracos num verso ou numa frase musical; movimento com sucessão irregular de elementos fortes e fracos; harmoniosa correlação das partes; cadência (Bueno, 1996). Candé (s/d) diz que o ritmo nos é tão necessário, que o nosso espírito tende a ritmar tudo o que é precisamente regular: os passos de um caminhante, o barulho do comboio nos trilhos, os batimentos do coração. Afirma-se, freqüentemente, que o ritmo é o aspecto mais natural da música; que se chega à música a partir das pulsações de nosso corpo. No Renascimento, acreditava-se que as notas mais curtas da música (muito mais longas que as de hoje) eram ditadas pelas pulsações. Na verdade, o tempo normal (tempo giusto), para o qual grande parte da música barroca foi escrita (75 a 80 batidas por minuto) corresponde perfeitamente à média de pulsações, mas as pesquisas sugerem que se trata de mera coincidência (Jourdain, 1998). O homem primitivo, a sós, com seus próprios meios, imitou primeiro os sons de sua experiência com a natureza, ouvindo o quebrar dos ramos quando caminhava pelas matas, o sussurrar do vento nas árvores, o ruído das águas no regato, a percussão da maré a bater regularmente na praia e, dessa forma, passou a conhecer o ritmo por meio da natureza (Galway, 1987). Quem nunca batucou em uma mesa, em uma caixinha de fósforos, em uma latinha de refrigerante, de suco ou mesmo no próprio corpo? Esse batuque, tão comum a todos nós, é a prova de que o ritmo é o mais natural dos elementos musicais. O nosso organismo trabalha de forma ritmada. No homem, podemos determinar o ritmo pela pulsação (fisiológica), pela tensão x relaxamento (físico) e pelo controle emocional. A maioria das funções biológicas estão sujeitas a evoluções rítmicas. Essas oscilações podem ser espontâneas (endógenas) e