CONCEITO, FUNDAMENTOS E PERSPECTIVAS FUTURAS PARA
A QUÍMICA VERDE NO BRASIL
Patrícia Maria de Resende Souza1
Rafael Lopes Ferreira 2
RESUMO
A Química Verde é definida pela IUPAC como: “A invenção, desenvolvimento e aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias perigosas”. Uma recente publicação do Centro de Estudos Estratégicos (CGEE), “Química Verde no Brasil: 2010 – 2030”, em parceria com a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), traz uma perspectiva em longo prazo (20 anos a partir de 2010) para a implantação do exercício do conceito de química verde no Brasil. O estudo chegou à conclusão que o país reúne condições para se tornar o principal receptor de investimentos no segmento de produção e uso de bioenergia. Com base neste estudo principalmente, além de outras fontes, o presente artigo apresenta e discute alguns fundamentos e aplicações da química verde, bem como as perspectivas futuras para a implantação progressiva desse conceito no Brasil, através da análise da literatura sobre o assunto.
Palavras-chave: Química. Verde. Princípios. Perspectivas. .
INTRODUÇÃO
Além do estudo das particularidades dos diferentes processos de poluição, sejam da água, do ar, do solo, etc, há uma filosofia geral entre os países desenvolvidos sobre a urgência de se tomar providências para reduzir futuramente a exposição humana aos poluentes químicos.
Considerou-se, historicamente, que os produtos químicos lançados no ambiente são assimilados pela natureza, sendo transformados em substâncias não prejudiciais ou diluídos, de forma a não apresentar riscos para a vida. A diluição como solução para a poluição é bem sucedida com muitos solventes. No entanto, nos anos 60 e 70, verificou-se que muitos produtos químicos sintéticos não são assimilados por não serem alterados pela ação da luz, água ou microorganismos, isto é, são persistentes por