Conceito de Angústia em Kierkegaard

Conceito de angústia em Kierkegaard

O filósofo e teólogo Kierkegaard trás em seus escritos o conceito de angústia, ou melhor, Kierkegaard trata a angústia como conceito, ou seja, como uma ideia universal de angústia em todos os casos em que o homem é acometido por tal sentimento.
Para Kierkegaard a angústia começa com o ‘nada’. O nada está relacionado à inocência e também relacionado diretamente à angústia, como o filósofo escreve:

Nesse estado há paz e repouso, mas há algo diferente que não é discórdia e luta; pois não há nada contra o que lutar. Mas o que há, então? Nada. Mas nada, que efeito tem? Faz nascer angústia. Este é o segredo profundo da inocência, que ela ao mesmo tempo é angústia. (pag. 45)

Inocência é ignorância, o inocente ignora o caso, na fase infantil, assim que as crianças começam a andar, é normal que ignorem totalmente a morte, os perigos e outras mazelas do mundo. É também por causa dessa ignorância que precisam ser tuteladas, para que não se machuquem ou se exponham a alguma situação de risco.
E por que é preciso que exista um tutor adulto para conduzir as crianças? Ora, porque não adianta apenas falar sobre os perigos. Muito pelo contrário, por vezes, alertar sobre um perigo dá ao entendimento do inocente a ideia de que ele é potencialmente dado para aquilo. E o raciocínio é simples, se hoje o inocente é o que é e não se apercebe das lutas e das discórdias que existem entre ser ou não ser, fazer ou não fazer, ir ou não ir, é porque ele ignora tais possibilidades, portanto, não há nada o que fazer. Ao surgir a possibilidade a pergunta que o inocente faz a si mesmo é: “E agora, vou ou não vou?” É aqui que nasce a angústia.
É fácil perceber que é pelo ignorar algo que o homem se angustia, e essa angústia está ligada à ideia de experiências possíveis, de potencialidade para. Então pensa o homem: Se sou potencialmente dado a isso, o que me impede? Alguém responderia: As consequências. Mas isso não satisfaz, porque assim como o