Comércio Justo
COMÉRCIO JUSTO:
Uma prática da economia solidária? História da Economia Social e Solidária
Prof. Jordi Estivill e Prof. Rogério Roque Amaro
2012/2013
Ana Luísa Pinto Viana | 59341
Mestrado em Estudos de Desenvolvimento
Economia Social e Solidária: conceptualização
Não é possível procedermos à desconstrução do conceito de “economia solidária” sem antes nos referirmos à “economia social” visto que a primeira abriu caminho para o surgimento da segunda. São conceitos que se encontram intimamente relacionados e, apesar de terem nascido no século passado, encontram-se em permanente construção e definição, sendo que são interpretados por muitos como se tratassem de um só conceito, com um só significado. Importa, assim, explicar e contextualizar sinteticamente o aparecimento de ambos.
Contrariamente ao sector privado, que se rege pelo mercado para a obtenção de lucros e satisfação dos clientes, e ao sector público que actua de acordo com políticas governamentais visando o interesse geral, a economia social não tem as suas fronteiras definidas. Ou seja, sendo uma tarefa demasiado rígida tentar localizar a economia social, é frequente os autores da área referirem que esta se encontra entre as esferas do Estado e o Mercado.
Designada de “nova economia” uma vez que se opõe ao pensamento de que existe apenas um tipo de relações económicas, a economia social abrange uma série de
“relações sociais de produção, organizações, racionalidades e princípios de acção nos quais predomina a actividade económica […]”(Le Monde Diplomatique, 2009).
No entanto, aqui não se verifica a apropriação de lucros ou excedentes gerados pelas organizações. A sua principal finalidade é contribuir para a resolução de problemas sociais em prol de um determinado grupo através de mecanismos democráticos já que a participação dos cidadãos constitui um dos pilares da economia social. É ainda importante referir que “em termos