Comunismo
Como doutrina, é obra de Karl Marx (1818/1883), tendo cabido a Lenine (pseudônimo adotado na clandestinidade, por nascimento: Vladmir Ilitch Ulianov; 1870/1924) dar-lhe uma configuração prática. Originariamente, na Alemanha, Marx está vinculado a um grupo filosófico, a denominada “esquerda hegeliana”, que acreditava na possibilidade de uma sociedade racional, isto é, da qual fossem banidas a guerra, a exploração econômica, a pobreza e os demais defeitos que eram atribuídos à sociedade existente, ao invés de reconhecerem que a obra humana --embora passível de sucessivo aprimoramento--, jamais será perfeita. A nova ordem social foi denominada de comunismo. A esquerda hegeliana achava-se dividida no que respeita à definição de quem poderia implantá-la Posteriormente, em decorrência de sua permanência na França e do contato com os socialistas franceses, Marx adquiriu a convicção de que o movimento operário em formação poderia tornar-se o instrumento daquela experiência redentora. Expressa essa idéia no Manifesto Comunista (1848).Considerando o sucesso que veio a alcançar e a importância que lhe tem sido atribuída na história mundial subseqüente, é um documento relativamente pequeno porquanto tem trinta páginas, o que de todos os modos seria excessivo para um “manifesto”. Acredita-se que somente a Bíblia teria alcançado maior difusão no Ocidente. A afirmativa inicial é a de que o espectro do comunismo rondava a Europa, provocando a reação de todas as potências, desde o Papa ao Czar, passando pelos liberais e conservadores, sendo necessário que “os próprios comunistas expliquem suas idéias, seus fins, suas tendências, opondo à lenda do comunismo um manifesto do próprio partido”. Avança a tese de que a história de toda a sociedade “tem sido a história das lutas de classes”. Atribui a maior importância ao surgimento da burguesia, sobretudo por haver socializado o processo produtivo. Essa tese será associada à hipótese de que seria incompatível com a