Comunicação e linguagem
DISCURSO NAS ORGANIZAÇÕES
RESUMO
O fio condutor deste artigo conduz-nos à reflexão sobre o que seria uma comunicação eficaz no contexto organizacional, considerando a inter-relação linguagem e trabalho. A teoria
Semiolinguística, um dos referenciais teóricos utilizados para análise do funcionamento da comunicação e das competências de linguagem, permite dar conta da dinâmica dos intercâmbios linguísticos, sob um novo enfoque. Os interlocutores não podem ser definidos em termos de “emissor que produz uma mensagem/destinatário que recebe essa mensagem”, mas como “sujeitos sociais” que interagem na e para a construção do sentido. Considerar o ato de linguagem no âmbito dessas relações intersubjetivas significa considerar o sentido como imanente à situação de comunicação, fazendo emergir os parâmetros contextuais que condicionam as manifestações linguageiras.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, frequentes têm sido as contribuições advindas dos estudos da linguagem para melhor compreender a vida social e assim auxiliar a resolver os problemas de comunicação de uma sociedade moderna altamente complexa. Nesse contexto, vêm se destacando as abordagens sobre as relações entre Linguagem e Trabalho, que visam não só a descrever e a analisar interações em diferentes tipos de atividades profissionais, como também a colaborar para um melhor entendimento dos rituais sociais que ali se praticam.
O padrão produtivo taylorista-fordista, que vigorou durante praticamente todo o século XX, em que a atividade de trabalho se reduz a uma ação mecânica e repetitiva, começa a ser questionado. A resposta capitalista ao esgotamento desse padrão provoca o surgimento de outros modelos organizacionais, em que as empresas passam de uma estrutura piramidal para uma estrutura em rede; da organização hierárquica para a organização descentralizada, prevendo-se, pelo menos na esfera do discurso, uma maior participação dos trabalhadores