comunicação e expressao
As frases ou osenunciados que lemos ou ouvimos chegam até nós como uma coisa pronta e acabada, mas é evidente queesses enunciados não surgiram do nada: eles foram produzidos por alguém.
Dessa forma, qualquer enunciado, isto é, aquilo que foi dito ou escrito, pressupõe alguém o tenha produzido. Com base nesses dados, vamos deixar assentado que:
a) aquilo que foi escrito ou dito por alguém chamaremos enunciado;
b) o produtor de enunciado, responsável pela organização do texto, chamaremos narrador.
O narrador não se confunde com o autor do texto ou com o escritor, tanto é verdade, que o narrador pode ser um personagem, aparecendo nos próprios enunciados.
Numa certa altura do romance São Bernanrdo, de Graciliano Ramos, alguém diz: Conheci que Madalena era boa em demasia,mas não conheci tudo de uma vez.
No caso, o autor do romance é Graciliano Ramos. O narrador é um eu (Paulo Honório) que não se identifica com o autor, ma que está presente no enunciado e age como personagem da história.
No fragmento citado, está falando (enunciando) de suas relações com Madalena.
E, mesmo que o narrado não apareça explicitamente no enunciado sob a forma de um eu que fala, ele está imlpícito como elemento integrante da narrativa.
Um dos contos de Dalton Trevisan (“Eis a primavera “) inicia-se assim: João saiu do hospital para morrer em casa – e gritou três vezes antes de morrer.
Observe que, nesse caso, o narrador não apareceu no texto sob a forma de um eu. No entanto, ele está pressuposto, na medida em que um enunciao só existe porque alguém o disse. Há , então, alguém dizendo que “João saiu do hospital para morrer em casa –e gritou três vezes antes de morrer”. Mesmo o narrador implícito é diferente do autor, ambos não se confundem. Não é Dalton Trevisan quem está dizendo que João saiu do hopital, etc. Quem afirma isso é o narrador. O autor é uma pessoa de carne e