Comte
INTRODUÇÃO
O Positivismo tem sido rotulado como o modelo dominante de ciência, fundamentado nas ciências exatas ou naturais. Diferentemente desta perspectiva generalizante, Silvino (2007), concebe o Positivismo enquanto um movimento delimitado temporalmente, que tem como principal referência e iniciador Augusto Comte. Por outro lado, Iskandar e Leal (2002) sugerem que, do ponto de vista histórico, as idéias hoje consideradas como positivistas já se encontravam difundidas na sociedade antes de Comte.
O Positivismo constituiu-se em um movimento de pensamento que dominou parte da cultura européia (filosofia, artes, literatura) de aproximadamente 1840 até a 1ª Guerra Mundial. O termo foi cunhado devido ao período de paz reinante na Europa e à expansão colonial na África e Ásia, que gerou um clima de entusiasmo em torno da idéia de progresso humano e social irrefreável. (SILVINO, 2007, P. 279)
Para Vermelho (1999), o Positivismo constituiu-se em uma corrente filosófica que se apropriou dos métodos científicos (da ciência da natureza) para apoiar suas investigações. Em Ferro e Tavares (1991), o termo positivo é utilizado no sentido de real em oposição ao ilusório; do útil em oposição ao ocioso; da certeza, do preciso em contraposição ao que é vago e do relativo. Os pontos convergentes entre os pensadores do Positivismo referem-se à reivindicação do primado do método das ciências naturais não somente no estudo dos fenômenos, mas também como meio de solução dos problemas humanos e sociais. Nesta perspectiva, o Positivismo trouxe marcas da tradição Iluminista, na qual os fatos empíricos são considerados a única base para o verdadeiro conhecimento (SILVINO, 2007). Tendo em vista que, em todos os autores aqui utilizados, Augusto Comte é a principal referência do