Compreendendo o Fio, a rede e o equilibrista
João Beauclair
Para conhecer é preciso experimentar, observar, estar com a atenção voltada aos movimentos, às possibilidades do explorar e do descobrir. Para conhecer "é imprescindível chegar aos significados, ter acesso ao mundo conceitual dos indivíduos, e às redes de significados compartilhados pelos grupos, comunidades e culturas .
“ É necessário ainda querer, desejar este conhecimento, e neste querer/desejar, estar em movimento de curiosidade, de procura, de busca e contato com a variedade, a diversidade de situações e fenômenos o caracterizam. Os fios podem nos conduzir. Tal como o fio que nos permite entrar no "labirinto do Minotauro" e dele sairmos, não mais como entramos, mas com a experiência de lá ter estado, de lá ter vivido, conhecer é estar em movimento de ir, de voltar, e neste retorno, sermos outros/as. Encontrarmos o fio é o desafio primeiro nesta busca por uma construção teórica que fundamente nossa prática. Encontrarmos o fio é perceber que temos uma bússola, que pode nos conduzir em mares revoltos, em épocas de incertezas. Com o fio se faz o tecido. O tecido se faz com nossa autoria de pensamento, com nossa autonomia no criar. Reconfigurando paradigmas e pensando processos de autoria de pensamento:
"Palavras! Simples palavras! Que magia possuíam até o ponto de dar forma plástica a coisas informes! Que é que pode ser tão real como as palavras?" Oscar Wilde
Em tempos de reconfiguração de paradigmas, pensar nos processos de autoria do sujeito nos remete a uma compreensão do sujeito que aprende, ocupação a quem tem se dedicado a Psicopedagogia, que entende a inteligência não como ponto principal, mas sim a "articulação entre o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo, numa relação com o outro, que constitui o terreno onde ensino-aprendizagem acontece". Neste caminhar, a produção teórica vai se fazendo a medida que muitos/as