Margem de cria x abate de vacas • Postado por Cepea - Esalq/USP em 23 agosto 2011 às 11:00 • View Blog por Thiago Bernardino de Carvalho e Luiz Fernando Ruy Sacchett Dias* A pecuária de corte brasileira vem passando por diferentes transformações e desafios nos últimos anos. Em 1999, passou pela desvalorização cambial e, na sequência, pelo crescimento de exportação e pela crise de aftosa. Nos últimos anos, a pecuária vem trabalhando com oferta restrita de animais, seja isto causado pela grande quantidade de matrizes abatidas em período de preços baixos (2006 e 2007), seja pelo aumento de renda e consequente elevação no consumo de carne. Anualmente, toda a cadeia procura decifrar o que realmente irá acontecer no decorrer de um ano em termos de preços e de oferta de animais. Análises de porcentagem de fêmeas abatidas do total de animais em um dado momento podem sinalizar uma oferta maior ou menor em períodos subsequentes. Este é um dos bons indicadores que podem nortear o mercado, mas não se pode deixar de lado, também, o ganho de produtividade dos animais. Às vezes, mesmo com um rebanho menor, é possível produzir volume maior de carne. Mas fica evidente que o acompanhamento do descarte de matrizes é de fundamental importância para a cadeia. E como entender, em determinados períodos, se haverá um aumento ou queda no abate de matrizes? Muitos dirão basicamente que o preço será o termômetro para isso. O preço é o grande determinante, mas há outro fator na decisão do pecuarista para o descarte de fêmeas: margem. Margem de produção positiva significa que a atividade é rentável. Sendo assim, uma atividade se mantém quando, nos períodos de exercício, consegue conservar uma margem de produção positiva. No caso da pecuária, e na decisão de abater matrizes ou não, um grande fator determinante é a margem de produção de produtores que trabalham com o sistema de produção de cria. O Gráfico 1 mostra a evolução da margem de produção no sistema de cria