COMPORTAMENTO DOGMÁTICO Em primeiro lugar, nós vamos questionar o comportamento de um homem que vive dentro de uma postura pré-crítica, e depois identificar o sentido deste comportamento. Na segunda parte da análise, procuramos identificar o que leva este sujeito a passar do plano da dogmaticidade ao de uma atitude crítica. O ponto de partida desse capítulo no texto é uma citação do filósofo Sartre, em que ele diz, resumidamente, que “A criança toma seus pais por deuses. Seus atos como seus juízos são absolutos; eles encarnam a Razão universal, a lei, o sentido e a finalidade do mundo” (pg 64,65). A partir disso nós apreendemos que a criança vê seus pais como detentores da verdade, pois esse é o mundo onde ela é inserida e vai ter seu primeiro contato com seres de intelecto superior a ela mesma, mais desenvolvidos. Com isso, esses seres se apresentam para ela como deuses. Independente dessa primeira visão, com o passar do tempo e o desenvolvimento dessa criança, ela vai começar a julgar os pais, passar a vê-los de cima, como diz o texto. É a partir desse ponto onde a criança “acorda” que o homem cresce, porém, durante a vida ele não vai se libertar completamente disso. O importante para nós nesse parágrafo, é entender que esse sentimento de segurança absoluta que se encontra no seio familiar é a raiz do comportamento dogmático do homem. Sartre vai dizer que a existência dogmática vive dentro de um mundo desde sempre dado, desde sempre já feito, e que não ocorre a esse homem por em duvida este mundo. Daí vem o “sentir-se em casa”, porque o homem vai sentir este mundo digamos assim, “confortável” como pertencente ao seu próprio corpo, uma coisa que sempre esteve lá. Sartre faz uma analogia entre esse mundo e uma moldura desde sempre construída, onde dentro dela acontece a existência dogmática. Então mesmo que ocorram “abalos” na estrutura das crenças do homem dogmático, e por que não dizer, nas nossas crenças, já que todos passamos por isso em algum