COMPORTAMENTO ALIMENTAR E A CULTURA
1. ASPECTOS CULTURAIS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES: PADRÕES DE BELEZA.
Constata-se, na leitura sobre o histórico da anorexia nervosa e da bulimia nervosa, que estas não são doenças novas. Apesar de serem consideradas síndromes das sociedades ocidentais modernas, há registros esporádicos de patologias similares aos transtornos alimentares datados de vários séculos atrás. Ademais, a prevalência de dessas doenças tem crescido de forma significativa. Pesquisas mostram que a incidência praticamente dobrou nas últimas duas décadas (Morgan, Vecchiatti & Negrão, 2002). Os estudiosos da área passaram então a realizar investigações sobre a associação entre os padrões de beleza estipulados pela cultura ocidental e o incremento do número de casos. O ideal de magreza vigente nestas sociedades é entendido pela literatura como um dos fatores culturais centrais que contribuiriam para o aumento destes transtornos na pós-modernidade (Hercovici & Bay, 1997). O conceito de beleza sofreu inúmeras variações ao longo da história. Quanto ao padrão estético corporal, o belo é normatizado desde os primórdios dos regimes patriarcais. Todas as culturas se desenvolvem marcadas por modelos estéticos fortemente definidos (Hercovici & Bay, 1997).
2. ASPECTOS CULTURAIS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES: ACHADOS ATUAIS.
Pesquisas realizadas em diversas culturas confirmam a existência de uma relação entre a exposição à mídia e as desordens alimentares. Estudos americanos e europeus indicam que 70% das mulheres se sentem com sobrepeso, embora sejam normais ou magras (Hercovici & Bay, 1997). Como já descrito, tais índices podem, em parte, ser explicados pela exploração dos meios de comunicação dessa imagem de mulheres em estado de inanição como padrão estético, estando os ditames da moda absolutamente inadequados à realidade da grande maioria da população. Com a dificuldade de adquirir o peso baixo desejado por meio de dietas saudáveis e exercícios físicos, as