Comorbilidade
“A Epidemiologia, num dado momento, é alguma mais do que a soma dos factos que estabelecem. Ela inclui o seu arranjo ordenado em cadeias de conclusões que se prologam, mais ou menos, para além dos limites de observação directa. Algumas dessas cadeias, estabelecidas com correcção e verdade, conduzem a investigação para factos do futuro; outras, mal construídas, bloqueiam o progresso.”
Frost, 1936
Mausner & Bahn, Introdução à Epidemiologia, Fundação Calouste Glubenkian
Índice
Introdução
Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança.
O conceito de Saúde foi pela primeira vez definido em 1948 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como: “Saúde é um estado completo bem-estar físico, mental e social e não apenas uma mera ausência de doença”. Este conceito tem mudado radicalmente nos últimos anos. Antigamente, saúde significava apenas a ausência de doença, mas logo se percebeu que não apresentar nenhuma doença física aparente, não significava ter saúde.
A Saúde Pública é definida como a ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida e promover a saúde através de esforços e escolhas informadas da sociedade, organizações (públicas e privadas), comunidades e indivíduos. Esta definição foi introduzida por Charles Edward Amory Wislow, um bacteriologista de nacionalidade americana.
Com o avanço da Medicina como ciência e consequentemente do aumento da esperança média de vida, um conceito que já tinha sido previamente descrito como multipatologia, ou seja a existência de mais do que uma condição patológica num mesmo indivíduo evoluiu para o que se denomina hoje por Comorbilidade. A Comorbilidade é definida como a coexistência de vários problemas num mesmo doente, ou seja, corresponde á associação de pelo menos duas patologias no mesmo paciente. Existem vários tipos de Comorbilidade e muitos problemas que advêm da incapacidade de modelos de resposta ao tipo de