DIARREIA: AVALIAÇÃO E TRATAMENTO
NORMAS DE ORIENTAÇÃO CLÍNICA
A diarreia é definida por um aumento na frequência das dejecções ou diminuição da consistência das fezes e por uma massa fecal>200g/dia.
Pode ser classificada como aguda (duração inferior a duas semanas) ou crónica
(duração superior a 4 semanas).
A maioria dos episódios de diarreia aguda é devida a infecções gastrointestinais, geralmente auto-limitadas e facilmente tratadas. Na diarreia crónica, o diagnóstico diferencial é bastante mais vasto, sendo mais frequentes nos países desenvolvidos, as causas não infecciosas, como a síndrome do intestino irritável (SII), a doença inflamatória intestinal (DII) e as síndromes de má absorção.
AVALIAÇÃO DO DOENTE COM DIARREIA
DIARREIA AGUDA
Um dos principais dilemas neste tipo de diarreia é decidir quando submeter o doente a uma investigação mais específica e quando iniciar o tratamento. A história clínica e o exame físico são fundamentais na avaliação inicial.
História Clínica
A história clínica deve incluir os seguintes aspectos:
- Viagens recentes (ex: países endémicos da amebíase);
- O consumo de produtos lácteos não pasteurizados ou de carne/peixe mal cozinhados
(ex: gastroenterites por Salmonella ou Campylobacter);
- Contactos com pessoas doentes;
- Antibioterapia recente (ex: infecção por Clostridium difficile);
- Comorbilidades (ex: imunodepressão por infecção HIV);
- História sexual (homossexuais com infecção frequente por Giardia Lamblia);
- Caracterização das fezes, nomeadamente frequência das dejecções diárias, presença de sangue, muco ou pus e os sintomas associados. A presença de sangue é geralmente indicativa
de
infecção
por
microorganimo
Campylobacter, Salmonella, E.coli entero-hemorrágica).
invasivo
(Shigella,
Exame físico
Na maioria dos casos, o exame físico é importante para determinar a severidade da diarreia e não a sua causa. A pele e mucosas secas, a hipotensão e a taquicardia são indicativos de desidratação. A febre está