COMO A LINGUAGEM LITER RIA DA MODERNIDADE
A linguagem literária da modernidade, tanto na estética quanto na vida social, apresenta certo anticonvencionalismo temático de acordo com as inovações do conteúdo da Semana da Arte Moderna (realizada em São Paulo, em 1922, considerada ponto de partida do modernismo no Brasil). Além das inovações técnicas, a linguagem se tornaria coloquial e espontânea, mesclando expressões da língua culta com termos populares, o estilo elevado com o estilo vulgar.
Há também uma forte aproximação com a fala, isto é, com a oralidade, onde geralmente, desejava-se denunciar a realidade como ela realmente é. Assim, liberto da escrita nobre, o artista voltaria a frequentar uma forma prosaica de dizer, feita de palavras simples e que, inclusive, admitiria erros gramaticais.
Isso tudo se baseia nas modificações do Modernismo, que surge com o intuito de renovar a ideia de literatura e do escritor; este último trazendo em si o desejo de expressar-se livremente, rompendo cânones e privilegiando temas como a realidade brasileira com uma crítica radical às instituições já ultrapassadas, ineficaz e incompetente. De acordo as inovações, pode-se obviamente dizer que essa mudança não foi consideravelmente aceita quando anunciada, pois ainda que fosse algo diferente, “moderno”, os autores não possuíam certo desejo intenso, ou certa consciência dessa classe, de sua situação de oprimido ou da necessidade dessa transformação.
POEMAS .
. Fernando Pessoa
Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a