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Para que se efetue a comunicação é necessário haver um código comum. Diz-se, em termos gerais, que é preciso “falar a mesma língua”: o português, por exemplo, que é a língua que utilizamos. Mas trata-se de uma língua portuguesa ou de várias línguas portuguesas? O português da Bahia é o mesmo portugues do Rio Grande do Sul? Não está cada um deles sujeito a influências diferentes – lingüísticas, climáticas, ambientais? O português de um médico é igual ao de seu cliente? O ambiente social e o cultural não determinam a língua? Estas questões levam à constatação de que existem NÍVEIS DE LINGUAGEM. O vocabulário, a sintaxe e mesmo a pronúncia variam segundo esses níveis.
Começaremos por distinguir a língua escrita da língua falada . admitem os lingüistas que no interior da língua falada existe uma língua comum, conjunto de palavras, expressões e construções mais usuais, língua tida geralmente como simples, mas correta. A partir desse nível tem-se, em ordem crescente do ponto de vista da elaboração, a linguagem cuidada (ou tensa) e a linguagem oratória. E no sentido contrário, da informalidade, tem-se a linguagem familiar e a linguagem informal ou “popular”.
Língua falada Língua escrita
Linguagem oratória Discursos, sermões Linguagem literária, cartas e documentos oficiais
Linguagem cuidada Cursos, comunicações orais
Linguagem comum Conversação, rádio, televisão Comunicações escritas comuns
Linguagem familiar Conversação informal, não “elaborada” Linguagem descuidada, incorreta, linguagem literária que procura imitar a língua falada
Essas distinções são um pouco fluidas, uma vez que se estabelecem segundo critérios heterogêneos. A distinção linguagem popular/linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério sócio-cultural, ao passo que a distinção linguagem informal/linguagem oratória se apóia sobretudo numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um discurso e ao conversar com os amigos