Comercio do sagrado
Ricardo de Brito Sousa* Dentre os três tipos de dominação legitima segundo Max Weber, se encontra a dominação carismática, que visa uma dominação por conta da afetiva devoção de alguém à pessoa de um senhor que seja dotado de dons sobrenaturais. Na relação de dominação se forma uma comunidade aonde se classificam os que mandam (líder) e os que obedecem (apóstolos). O apóstolo deve obediência às ordens do seu líder, pois ele é dotado de dons mágicos, especiais e de qualidades excepcionais, essa ordem de obediência deve ser seguida até que o carisma do líder deixe de subsistir. O líder também é um cumpridor de ordens, ele deve obedecer às ordens que o nominal líder. São vários os tipos de dominação carismática no mundo, e variam os nomes que seus líderes recebem, como: “chefe econômico”, “demagogo”, etc. Dentre os tipos de dominação carismática, me reterei a uma especificamente: a autoridade carismática. A autoridade carismática possui suas bases fundamentais na “crença” do poder do profeta, do herói guerreiro, herói da rua e do demagogo. Neste tipo de dominação, o dominado só se submete ao domínio do dominador por que vê nele um grande poder mágico e considera seu dever obedecê-lo, não é uma obediência obrigatória, mas uma decisão pessoal. Contudo, convém concluir que, há uma diferença entre liderança carismática e poder do carisma. Na liderança carismática visa o carreirismo, o “progresso” pessoal; sua existência tem a exigência de que o dominado atribua ao dominador a autoridade sobre si. Já o poder do carisma “[...] fundamenta-se na fé em revelações e heróis [...] Esta fé revoluciona os homens ‘de dentro para fora’ e procura transformar as coisas e as ordens segundo seu querer revolucionário” (WEBER, 1999, p.327).
*Seminaristas, cursando a faculdade de filosofia e teologia pelo IRFP (Instituto Regional de Formação Presbiteral - Norte 2), filho de Deus.
Referência bibliográfica: WEBER, Max. (1999), Economia e