Comentários sobre o texto Tempo e Contra Tempo de Lipovetsky
O propósito do texto é refletir sobre a questão da temporalidade em um contexto de hipermodernidade. O autor pretende “superar a temática pós-moderna, reconceitualizar a organização temporal que se apresenta” (p.58). A pós-modernidade se caracteriza por um questionamento dos alicerces da racionalidade e o fracasso das grandes ideologias, compreendidas aqui como a desilusão em relação à meta-narrativas de um rumo histórico coletivo pleno de sentido e cientificidade. O termo pós-moderno contém em si a ideia básica de mudança de direção, de reorganização social constituída de expansão do consumo e dos meios de comunicação de massa em um meio cultural que valorizava o hedonismo e o individualismo.
Segundo Lipovestky, vivemos agora um período de hipemodernidade, quando as tendências da modernidade chegaram ao seu ápice em termos de intensidade e velocidade. Com a ausência de projetos alternativos à modernidade, sua expansão parece ilimitada. O estado recua, a religião e a família se privatizam. Em quanto a vida privada se torna pública e objeto de consumo. Tudo é passível de mercantilização. Agora, para além da ideologia política da modernidade, há a via da tecnologia, do consumo e das patologias individuais.
Para ou autor, o culto ao presente é uma das características mais essenciais à essa hipermodernidade. O futuro é imprevisível e não há mais a esperança de um progresso humano, a percepção é de que o futuro já chegou, não na forma de uma utopia realizada de um ser humano melhor, mas na chegada do desenvolvimento tecnológico, da rapidez e abundância de produtos, informações e tendências ditadas pela moda. A obsolescência é programada, não apenas nos bens de consumo, mas nos valores, relacionamentos e ideias. A temporalidade é presentista, é preciso viver tudo e