COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO: VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS
Vidas secas – Graciliano Ramos
O livro inicialmente, vem retratando sem mais delongas, a “migração” de uma família do nordeste, em busca de uma qualidade de vida melhor, onde vem enfrentando, grandes dificuldades ao decorrer de sua trajetória. A obra, tenta retratar explicitamente os detalhes e realidades contidas no nordeste brasileiro, todos os detalhes e oportunos fatos que estão sendo vivenciados até hoje, uma realidade tão bruta, que chega a transparecer ficção, mas não, é uma dura realidade. O encaixe e colocações dos personagens do livro, chegam a mudarem de classes, ou seja, a personagem “baleia” um animal, torna-se semelhante a um humano, enquanto os próprios personagens humanos, tornam-se a condições de vidas “animais”, basicamente o contexto inicial vem tratando-se da longa caminhada e dificuldades enfrentadas sobre a pobre família, em busca de algo melhor.
Ignorância, é a palavra exata para o quê se ocorre perante todo o contexto da obra, a falta de educação, de auxílio, até de berço de Fabiano, o levou ao tal nível, ou seja, sua formação de pensamento e personalidade, “ignorância” propriamente dita, em sua mente, ele é um bicho! Orgulhando-se disso, por sobreviver diante de uma seca descomunal, admirando o “Tomás”, pelo simples fato do mesmo apenas saber ler, uma simples ação que no mundo onde Fabiano vivia, era totalmente incomum e inútil nos pensamentos dele, mas admirável. O seu nível intelecto era baixo, não por opção, mas, sim pelos castigos da vida que o opôs a vivenciar, sem estudos nem socialismo, a sua aprendizagem era apenas hierárquico: [seu avô ensinou ao seu pai, que seu pai ensinou para ele, e ele assim, ensinará aos seus filhos], o seu conceito inescrupuloso achava a inquietação dos seus filhos, algo incomum, algo incorreto, em sua mente, ler livros e jornais, não os fará sobreviver nessa vasta seca, muito menos perguntas alheias. A realidade social de uma família nordestina