Comentário sobre a Conferência “Serenidade”, de Martin Heidegger
DAESO – Departamento Acadêmico de Estudos Sociais
Filosofia da Ciência e da Tecnologia – Turma S93 – Profº Rodrigo Santos
Rodrigo Longhi Guimarães
Comentário sobre a Conferência “Serenidade”, de Martin Heidegger
“Serenidade” é um texto escrito em 1955 e proferido como um discurso comemorativo numa cerimônia em homenagem ao compositor alemão e conterrâneo de Heidegger, Conradin
Kreutzer. Esse discurso, que tocou vários filósofos renomados por suas propostas, exalta a importância de se pensar quando em uma comemoração. Segundo Heidegger, comemorar é meditar sobre o homenageado e seus feitos, o que não é normalmente colocado em discursos comemorativos. As pessoas, segundo Heidegger, não estão mais pensando, mas também não perderam sua capacidade de pensar, pois esta nos é natural e, mesmo que esquecida ou guardada, não deixará de existir ou será diminuída. Aliás, “só podemos nos tornar pobres de pensamento ou mesmo desprovidos de pensamento porque o homem possui no fundo de sua essência a capacidade de pensar”. Neste momento Heidegger frisa que muitas pessoas questionarão, dizendo que vivemos na época em que mais se desenvolve tecnologia, se planeja, se pesquisa e se investiga, e disso ele não discorda. Por isso que Heidegger faz a separação do pensamento em duas vertentes: o pensamento de ordem da reflexão, que chama de meditativo, e o pensamento da ordem do cálculo, que chama de calculativo.
Heidegger explica que o pensamento calculativo, muito mais valorizado pelo homem hodierno, consiste em computar constantemente circunstâncias dadas, perseguir oportunidades, criar técnicas para realizar atividades da forma mais eficiente, mais econômica. A ponderação meditativa, por sua vez, é um pensamento que requer esforço e tempo e que tem base na reflexão. Para visualizar essa diferença podemos imaginar o desenvolvimento de algum projeto de engenharia, como, por exemplo, um software. Quando um software é