Comentário do filme matrix
Desde que Comte negou à filosofia um domínio próprio de objetos e confiou-lhe como tarefa específica o estudo das ciências, a determinação de seus objetos e de suas tarefas, a sua divisão e coordenação, a atenção dos filósofos dirigiu-se sempre mais para a ciência, a qual se tornou, para muitos, o argumento principal e central da sua análise. Além disso, uma indagação atenta e aprofundada das características e das funções do saber científico era exigida quer pela orientação positivista da filosofia, quer pelos enormes desenvolvimentos e pela extraordinária importância que a ciência havia adquirido durante os últimos dois séculos, período no qual ela demonstrou ser um saber fecundo e prático. Essas instâncias foram o ponto de partida daquela disciplina particular chamada filosofia da ciência ou epistemologia. A palavra provém do termo grego episteme (=conhecimento). A epistemologia é o estudo crítico dos métodos do conhecimento científico. Uma definição mais elaborada pode ser a seguinte: “É a crítica metodológica da ciência, na medida em que essa crítica tende à explicitação consciente e sistemática do método e das condições de validade dos juízos tornados próprios pelos cientistas, perseguindo assim uma ‘reconstrução racional’ do conceito de conhecimento científico” (PASQUINELLI, A. Nuovi principi di epistemologia. Milano: Feltrinelli, 1964, p. 56). Em outros termos, a epistemologia propõe-se responder às seguintes questões: “O que é conhecimento cientifico? Em que consiste o trabalho do cientista? Interpreta, descreve, explica, prevê? Faz apenas conjeturas ou verdadeiras asserções que espelham fielmente os fatos? As leis da ciência são resultados de procedimentos indutivos, ou antes conjeturas de imaginação científica que deverão sujeitar-se a uma terrível luta (=provas empíricas) pela existência? Quando podemos dizer que uma ‘teoria’ é melhor do que outra?” (ANTISERI, D. La filosofia del linguaggio.