Comentário crítico - nietzsche - disputa em homero
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Friendrich Nietzsche, em sua obra “Cinco Prefácios para Cinco Livros não Escritos”, aborda incialmente o conceito de “duplo caráter”, onde defende que os traços cruéis do homem talvez abram caminhos para toda sua humanidade. O texto gira em torno da importância da competição no mundo grego, e das virtudes que a impulsionam. O autor cita alguns exemplos da crueldade exercida pelos gregos, onde pelo direito de guerra, o vencedor considerava uma necessidade deixar todo o seu ódio e crueldade aflorar, através do aniquilamento dos homens da cidade derrotada. Fala ainda de duas deusas Eris, uma má, que conduz os homens à luta hostil, e a outra boa, que estimula o homem à disputa, através da inveja e do ciúme. Esses dois últimos são sentimentos apreciados pelos gregos e considerados virtudes, pois remetem à competição, e uma vez buscando melhorias o homem se desenvolve e evolui. Outro princípio helênico da disputa era o de que ninguém devia se sobressair aos outros, pois sendo melhor extinguiria o incentivo à competição. Seguindo essa lógica, o grego não suportava nem a fama, nem a felicidade no final da disputa, pois um homem sem incentivos a disputa e enaltecido pela fama, não tem adversários a altura, o que o faz subir ao mesmo patamar dos deuses. Um exemplo desse pensamento acontece na seguinte passagem: “Após a batalha de Maratona, a inveja divina se incendeia ao avistar o homem sem qualquer adversário ou opositor, nas alturas mais isoladas da fama. Ele tem apenas os deuses a seu lado, agora – e por isso ele os tem contra si.” (pág. 75) que narra o infortúnio de Miltíades. Quando o homem age usando hybris, ou seja, provocando os deuses através da arrogância, soberba e orgulho, terminando com a insubmissão a eles, a cidade declina e ele degenera.
Acredito que não sejam virtudes e/ou sentimentos bons esses enaltecidos pelos gregos, pois assim busca-se sempre superar outro indivíduo e seus feitos, não havendo preocupação em romper e ultrapassar as próprias limitações.