colecões espúrias
A crise do Pontificado Romano no Século de Ferro, fez com que as coleções Hispana e Dionisiana ultrapassadas, consubstanciassem em tentativas para continuar estabelecendo o poder eclesiástico, pois novas situações apareciam para serem resolvidas e este poder não conseguia dirimir conflitos existentes naquela época. Em razão disso, coleções como a Herovalliana e a Hispana, foram alteradas tendo em vista o temor do clero dominante em perder o poder, a exemplo do livro de Bonifacio (reunião de decretos para atualização de questões de responsabilidade eclesiástica). Tais coleções tinham o objetivo de reformar o código canônico, entretanto acabavam por embaraçar mais ainda o trabalho da reforma. Como a reforma se avizinhava, as COLEÇÕES ESPÚRIAS surgiram com o objetivo de refrear a reforma, locupletando-se de maneira fraudulenta da situação dominante através da falsificação, suprindo lacunas da legislação para resolver problemas sociais de maneira sorrateira e trivial. Os objetivos colimados dessas coleções eram a fabricação de um direito, através de autores anônimos por intermédio de livros que não tinham inspiração divina ou não se sabia quem era o autor (apócrifos). Esses livros, embora não se saiba ao certo a autoria, conforme vasta pesquisa realizada, eram oriundos de autoridades civis e religiosas, mas precisamente da época do reinado de Ludovico, o Pio (814-830). Não se pode olvidar, entrementes a crise entre o poder Imperial e o poder Religioso, pois este sofria severas interferências do secularismo, como se pode verbi gratia (exemplificar) a nomeação de bispos ao alvedrio do rei. As pretensões dos falsários como se pode observar eram: a) Libertar a igreja da influência leiga;
b) Restituir os bens eclesiásticos;
c) Inibir o clero em assuntos civis, pois não se admitia nem a influência secular nos assuntos religiosos, tampouco vice-versa;
Os argumentos utilizados para formação dessas coleções