Coisa de macumbeiro?
Para muitos, tudo que é ligado ao Candomblé é tido como coisa de macumbeiro, devido ao preconceito existente em nossa sociedade, por causa da cor da pele ou da religião. Mesmo o Estado sendo laico, essa é realidade vivida pela maioria das pessoas que participam de manifestações matriz africana.
Situações que reforçam a discriminação em relação à manifestação que foge do padrão branco de nossas elites, apesar de o Brasil ter predominância negra, segundo inclusive o último senso do o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A tradicional manifestação que ocorre, geralmente no dia 08 de dezembro, feriado nacional de Nossa Senhora da Conceição, sincretizada como Iemanjá para os praticantes de candomblé, é uma prova da repressão e o preconceito por parte da prefeitura de Maceió/AL, que delimitou local e horário para a liberdade de se ter fé.
Que os adeptos são discriminados e ofendidos por conta da religiosidade já estamos cansados de saber. Mas houve um tempo em que não se ouvia mais falar sobre ela, onde as casas de axé e todas as manifestações culturais ligados a ela foram silenciadas.
A motivação para tal ato foi disputa política, que resultou no fechamento violento dos terreiros e no dia 02 de fevereiro de 1912. Adeptos do candomblé foram brutalmente espancados, as imagens de culto foram destruídas na calada da noite e uma das importantes ialorixá, chamada Tia Marcelina, foi assassinada na cidade de Maceió/AL.
Ninguém pode ser discriminado em razão de credo religioso. Entendemos como intolerância religiosa a falta de vontade ou habilidade em respeitar as diferenças. Essa atitude ofende a dignidade