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A existência do espaço público de discussão, deliberação e decisão significa que a sociedade está aberta aos acontecimentos, que as ações não foram estabelecidas de uma vez por todas por alguma vontade transcendente, que erros de avaliação e de decisão podem ser corrigidos, que uma ação pode gerar problemas novos, não previsto nem imaginados, que exigirão o aparecimento de novas lei e novas instituições. Isso fez com que o povo participasse da tomada de decisões.
8. Que contradições havia na sociedade greco-romana, do ponto de vista da política?
Em primeiro lugar, a economia era agrária e escravista, de sorte que uma parte da sociedade – os escravos – estava excluída dos direitos políticos e da vida política. Em segundo lugar, a sociedade era patriarcal e, consequentemente, as mulheres também estavam excluídas da cidadania e da vida pública. A exclusão atingia também os estrangeiros e o miseráveis. A cidadania era exclusiva dos homens adultos livres nascidos no território da cidade. Além disso, a diferença de classe social nunca era apagada, mesmo que os pobres tivessem direitos políticos.
9. Ao longe da história, a sociedade patriarcal e a política foram duas respostas sociais ás questões do poder. Além dessas duas formas, que outro caminho foi proposto a essas questões, no século XX, quem o estudou e formulou e quais suas principais características?
No século XX, o antropólogo francês Pierre Clastres estudou essas sociedades por um prisma totalmente diferente, longe do etnocentrismo costumeiro. Mostrou que possuem escrita, mas que esta não é alfabética, nem ideográfica, nem hieroglífica, mas simbólica, gravada no corpo das pessoas por sinais específicos, inscrita com sinais específicos em objetivos e espaços determinados. Somos nós quem não sabemos lê-la. Mostrou também que possuem memória, transmitida oralmente de geração em geração, conservando-se