CO2 na serrapilheira
As mudanças climáticas globais de origem antrópica ou natural vem sendo um dos assuntos mais discutidos nas últimas décadas. Sabe-se que a emissão elevada de um conjunto de gases para a atmosfera pode interferir no efeito estufa, e consequentemente alterar o clima (VIEIRA et al., 2010). Entre estes gases, o dióxido de carbono é um dos mais relevantes e ocupa lugar de destaque.
O conhecimento sobre as mudanças climáticas globais de origem antrópica geraram uma crescente demanda pelo conhecimento das capacidades de os diferentes ecossistemas captar e fixar carbono atmosférico, função que passou a ser considerada importante serviço ambiental dos ecossistemas (ADUAN et al, 2003).
A biomassa contém cerca de 650 Gt de carbono (Gt = Gigatonelada = 109 Mg), valor próximo do encontrado na atmosfera 755 Gt, e menos da metade do carbono presente no solo que é de aproximadamente 1720 Gt. Krapfenbauer (1991); Sombroek et al. (1993); Brown et al. (1996); Witschoreck (2005).
As florestas exercem um papel importante na manutenção do carbono e do clima no planeta, pois são responsáveis através fotossíntese pela retenção de carbono atmosférico para o material vegetal e, eventualmente para a matéria orgânica no solo.
Em todas as tipologias florestais, sabe-se que a produção de serapilheira representa o primeiro estágio de transferência de nutrientes e energia da vegetação para o solo, pois a maior parte dos nutrientes absorvidos pelas plantas retorna ao piso florestal por meio da queda de serapilheira ou lavagem foliar (CARPANEZZI, 1997).
Para Witschoreck (2005) a serapilheira é todo o material descartado pelas árvores, principalmente como folha, galho, casca, e que se acumulam sobre o solo. Sendo que sua quantidade e natureza desempenham importante papel na formação e manutenção da fertilidade destes solos e nos acúmulos de carbono e nitrogênio.
A quantidade de nutrientes que chega ao piso florestal, presente na serapilheira, depende de dois grandes fatores: