Clínica do Trabalho
Fichamento do texto: O ACESSO À SUBJETIVIDADE, UMA NECESSIDADE SOCIAL de Florence Giust-Desprairies
Autora: Débora Tavares Mourão
A intervenção psicossociológica pode ser considerada como clínica nesse sentido colocamos a questão do sentido e do sujeito. Considerar o outro como sujeito é considerar o indivíduo ou o grupo como interlocutor e reconhecer neles a capacidade de compreender as próprias dificuldades. O texto em questão relata uma experiência de intervenção psicossocial numa empresa X, que compreende várias funções inclusive operários e diretor de produção que é engenheiro. Ele é o único cuja contratação foi feita segundo os critérios de qualificação específica. Esse engenheiro, o “Sr. Brice”, exerce seu poder diretamente, sem hierarquia intermediária. Com o passar dos anos, os pequenos espaços da fábrica não estavam mais apropriados para abrigar o rápido desenvolvimento da produção. A equipe da direção decide pela criação de um novo local de produção, cuja instalação e funcionamento ficam naturalmente por conta do Sr. Brice. O crescimento das responsabilidades do diretor e a necessidade que tem a empresa de contratar novos funcionários para os dois lugares leva à decisão de se criar uma hierarquia intermediária. Os três dos melhores operários, são promovidos ao cargo de gerentes de controle. Durante o primeiro ano são constatados sérios problemas na empresa. É então que o Sr. Brice, com o acordo do diretor geral, decide encaminhar uma demanda a consultores psicossociólogos. Para a direção, a origem das disfunções está nos três operários promovidos. Por trás da vontade de promover as mudanças necessárias ao desenvolvimento da empresa, escondem-se fortes resistências do Sr. Brice, pois ele teme que essas mudanças façam balançar as relações hierárquicas de trabalho. Por um lado, ele se queixa de que os três gerentes de controle não assumem suas