Cluster - Galeria do Rock
1 RELATO HISTÓRICO DO CLUSTER
Na década de 60, a região central era totalmente influenciada pela cultura europeia. A confecção e o comércio de roupas eram feitos exclusivamente por alfaiates e ruas como Direita e Barão de Itapetininga, assim como a Avenida São João e entorno concentravam praticamente tudo em matéria de comércio e serviços. Para atender à demanda, o governo começou a autorizar a construção de prédios com galerias, para que os alfaiates e comerciantes em geral pudessem se instalar no Centro de São Paulo com mais conforto. O Edifício Grandes Galerias – hoje conhecido como Galeria do Rock e tombado como patrimônio histórico pelo Conpresp –, projetado na década de 50 pelo arquiteto Alfredo Mathias foi inaugurado em 1963, como um centro comercial diversificado, com lojas, salões de beleza e de serigrafia e prestadores de serviço que consertavam de aparelhos de rádio e som a aparelhos de TV.
O processo de industrialização se acelerou no Brasil, entrou em cena uma outra vertente de cultura, a americana. Foi nesse período que ocorreram duas significativas mudanças: muitos comerciantes, empresários e profissionais liberais começaram a migrar do Centro para a Avenida Paulista e Jardins, e foi nesse momento que o Centro começou a ser esquecido. Durante esse processo de esquecimento, no final da década de 70, o Edifício Grandes Galerias passa a receber o público que aos poucos lhe transforma na Galeria do Rock, com introdução da cultura hip hop.
Em 1976, depois de perder lojas para as regiões sul e oeste da cidade e passar quase meia década vazia, a galeria ganhou sua primeira loja punk, a Wop Bop. Lojas de vinil, fitas K7 foram aos poucos substituindo o antigo comércio instalado na galeria, mas não ainda com o rock propriamente dito. O samba rock, o hip hop tomavam conta. O rock surge na galeria em meados da década de 80 com a chegada de pessoas ligadas ao movimento punk e anarquista.
Como a galeria, apesar de tudo, também