Clicrbs mulher
DIÁRIO CATARINENSE, QUINTA-FEIRA, 8 DE MARÇO DE 2012
Reportagem Especial
a catarinense
Último censo do IBGE traça o perfil da mulher que mora em Santa Catarina, com análise da raça, participação no mercado de trabalho, salário e o seu papel dentro da família
ALINE REBEQUEI E JÚLIA ANTUNES LORENÇO
13.004 87.142 371.594
Parda Preta Indígena
Amarela
7.955
Quem é e como está vivendo
B
ranca, urbana e com pouca renda. Este é o perfil da mulher que mora em Santa Catarina, de acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas somam 3.148.076 pessoas – 50,38% da população. Destas, 84,7% responderam ser brancas. A maioria delas não tem rendimento. Das 2.735.462 mulheres acima de 10 anos, 950 mil estão nesta situação. Entre as que recebem remuneração, 756.320 ganham entre um a dois salários mínimo. Isso pode explicar o fato de que a minoria é chefe de família. São 705 mil responsáveis pelo lar, o que representa apenas 22,39%, das 3,1 milhões ouvidas. Outro motivo pode estar na diferença salarial entre homens e mulheres. O supervisor técnico do Dieese, José Álvaro Cardoso, observa que apesar de o mercado de trabalho ter 45% de participação feminina, elas recebem os menores salários. A boa notícia é que essa diferença pode acabar em breve. A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou, na terça-feira, o projeto de lei que prevê multa à empresa que pagar menos para a mulher do que para o homem, quando ocupam a mesma função. A proposta espera apenas a sanção da presidente Dilma Rousseff. O supervisor do Dieese considera o projeto válido, mas observa que o preconceito no mercado de trabalho, entre o sexo feminino e masculino, não se restringe à diferença salarial. – Existe uma forma mais sutil de discriminação contra a mulher. Muitas vezes temos uma categoria predominantemente feminina que é chefiada por homens, que ocupam cargos de gerente, diretores.