Clibanarius Vittatus
RECÉM MORTOS AJUDAM OS ERMITÕES CLIBANARIUS
VITTATUS (DECAPODA: ANOMURA) A ENCONTRAR
NOVAS CONCHAS?
Monise T. Cerezini, Camila R. Cassano, Ricardo S. Bovendorp & Amilton P. Aguiar
INTRODUÇÃO
Mecanismos que maximizam a eficiência na identificação e/ou obtenção de recursos (e.g. alimento, abrigo, parceiros) devem ser selecionados e transmitidos através das gerações (Krebs & Davis
1996). Quanto maior a eficiência na identificação e conseqüente aquisição de recursos, maiores deverão ser a longevidade e o número de descendentes gerados por um indivíduo (Krebs &
Davis 1996). A percepção de estímulos químicos é um mecanismo de identificação de recursos apresentado por uma ampla gama de organismos, como, por exemplo, insetos polinizadores na localização de plantas (Howe & Westley 1988).
Assim como outras espécies de ermitões,
Clibanarius vittatus (Decapoda: Anomura) possui abdômen relativamente grande e mole. Os indivíduos da espécie se abrigam permanentemente em conchas de gastrópodes desocupadas, realizando trocas quando a concha utilizada torna-se pequena para o seu corpo ou quando a concha utilizada é danificada (Reese 1969). Como vivem na região entre-marés, os indivíduos de C. vittatus enfrentam condições extremas de exposição ao ar e sol e, quando alojados nas conchas, mantêm um microclima úmido que possibilita o controle das taxas de evaporação e dessecação (Reese 1969).
Portanto, as conchas constituem um recurso necessário para a sobrevivência dos ermitões, que vivem em constante competição em busca de conchas mais adequadas (Vance 1972).
As conchas mais freqüentemente utilizadas por C. vittatus pertencem ao gastrópode Stramonita haemastoma, uma espécie abundante em praias do litoral brasileiro (Duarte & Guerrazzi 2004).
Indivíduos de S. haemastoma podem ser predados por aves marinhas e caranguejeiros (Sick 1997) e, logo após a predação, a concha está disponível para
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