classicos da sociologia
Mas, apesar da indiscutível grandeza da obra dos clássicos da Sociologia, pode-se objetar, por exemplo, que algumas das “previsões” que nela foram identificadas nem sempre ou só parcialmente se cumpriram. Pode-se mencionar, dentre outras, as que disseram respeito à diminuição da importância da religiosidade como conseqüência do processo de secularização, à decadência econômica do modo de produção capitalista e à constituição da vida social com base em valores radicalmente mais humanos e solidários. Contudo, ao contrário de desacreditar a obra dos clássicos ou de desmerecer a ciência em nome da qual abordavam a vida social, essas insuficiências só serviram como estímulo à investigação sociológica acerca de um objeto que freqüentemente conduz a novos temas e ao questionamento de análises aparentemente “acabadas”. Essa é inclusive uma das dimensões da vitalidade da Sociologia.
Marx talvez tenha sido, dentre os clássicos, o que gerou o debate mais prolífico. Seja em oposição a ele, ou a seu favor, organiza-se boa parte da produção da teoria social contemporânea. Já foi apontado que a teoria marxiana não conseguiu resolver o dilema entre a potencialidade transformadora da ação individual e os limites que lhe são postos pela estrutura socioeconômica. Embora insista no caráter ativo do indivíduo, indispensável para revolucionar as estruturas sociais, Marx ressalta que as condições materiais servem como moldura restritiva do alcance dos atos individuais, delimitando as