Classes sociais
Uma teoria do radicalismo da classe média* Klaus Eder A CLASSE SOCIAL TEM IMPORTÂNCIA?
Por que a classe social deveria ter importância?
A preocupação com a classe na teoria e na análise dos movimentos sociais parece suscitar antigas questões que foram ultrapassadas pela evolução da sociedade moderna. A classe não cumpre mais um papel nos discursos diagnósticos sobre as sociedades modernas avançadas. Tornou-se até elegante fazer diagnósticos críticos das sociedades modernas além e contra o discurso em termos de classe. A queda dos regimes comunistas e a ascensão do nacionalismo deram um ímpeto adicional a argumentos em favor da obsolescência da análise de classe para as sociedades modernas. A classe tem a ver com a sociedade industrial e suas ideologias, e como essas sociedades e suas ideologias não mais existem, deveríamos nos livrar das velhas concepções e ferramentas analíticas usadas para entender a sociedade moderna.
Seguimos uma estratégia que é completamente oposta. Estamos interessados em saber em que medida os novos movimentos sociais são indicadores de novas e profundas divisões ou antagonismos sociais na sociedade moderna. Os novos movimentos sociais foram louvados por introduzirem novas questões, serem portadores de um novo paradigma de existência social e apontarem para novas divisões nas sociedades modernas além das religiosas e étnicas tradicionais. As novas divisões introduzidas por esses grupos são então percebidas como substitutas da antiga divisão baseada na classe, a divisão entre capital e trabalho. Esse argumento normalmente implica que, com a institucionalização do conflito de classe, a noção de classe não mais se aplica.
Este argumento confunde explicação histórica e explicação estrutural. O argumento histórico da institucionalização pode ser verdadeiro, mas isso não implica necessariamente que temos de aceitar o argumento estrutural. Pode ser que o conflito de