Classe Operária vai ao Paraíso Relatório Filme
Aborda relações e movimentos trabalhistas dos anos 70, porém, ainda bastante atuais, mesmo depois de tantas mudanças na sociedade, na política, na economia e na legislação.
Através da rotina duma grande indústria de peças metálicas, o filme retrata diferentes discursos, em oposição, provocando para uma luta pelos direitos empregatícios fundamentais. De um lado, os sindicalistas, defendendo a tese de que a luta deve ser paulatina, lenta, gradual, para que se possam obter conquistas, vantagens, melhorias salariais e de condições de trabalho; de outro lado, estudantes de extrema esquerda que defendem a radicalização total, o enfrentamento aberto, a greve geral.
Lulu Massa, figura principal, é operário exemplo segundo a lógica mecanicista e tecnicista da empresa. Trata-se duma produção cronometrada e, sobretudo, fiscalizada, onde há uma pressão acerca do desempenho e subserviência aos imperativos do empregador. Deste modo, Lulu é mal visto pelos colegas mais ativistas, engajados no movimento sindical, enfrentado e, via de regra, contestando duras críticas acerca de sua postura. Até que é acometido por um infeliz acidente de trabalho que leva a amputação duma parte da mão. Em vista das indelicadas providências tomadas pela fábrica diante do caso, somada as inúmeras insatisfações de rotina, uma revolta é instaurada por meio duma série de reivindicações em assembléias (conforme movimento sindicalista), bem como afiliações ao movimento estudantil.
Cabe colocar que atrelado a isso Lulu estabelece relacionamento conturbado com companheira, enteado, ex-mulher e filho. Por vezes apresenta-se atormentado, à beira de um ataque de nervos. Percebendo-se atingido em relação a um ambiente adoecedor, faz visitas a um ex-funcionário da mesma fábrica, interno dum manicômio, onde questiona a fronteira para a loucura. Na passagem de operário alienado, “não dotado de consciência política” para afiliado ao grupo de esquerda, o mesmo