Clarice Lispector Lacos De Familia OK IMPRIMIR
Laços de Família (Clarice Lispector)
Fátima do Sul, 09 de Abril de 2015 Escola Estadual Vicente Pallotti
Aluno: Amanda Gabriela n:
Laços de Família (Clarice Lispector)
Fátima do sul, 09 de Abril de 2015
Introdução
A excelente construtora de contos Clarice Lispector atingiu seu melhor momento no gênero em Laços de Família (1960). Em 13 narrativas, os temas recorrentes explicam o título do conjunto: os conflitos da vida familiar e suas implicações sentimentais - ressentimentos, incertezas, amores, desconfianças, segredos e os planos de felicidade.
O título não poderia ser mais adequado - e irônico - para representar o aprisionamento dos personagens do livro. Tema bastante explorado pela literatura moderna, o mundo doméstico é visto aqui como um lugar de sufocamento, Clarice enriquece essa abordagem com os mais variados e inusitados contextos.
Das Personagens
Personagem Protagonista
Ao invés de citar, irei dar um breve relato sobre como Clarice constitui seus personagens... Não tem pessoas que cosem para fora? Eu coso para dentro... Assim respondia Clarisse, quando perguntavam como escrevia. Assim ela constrói seus personagens, aparentemente descoloridos e desinteressantes, nas funções que desempenham no universo familiar: a dona-de-casa, o marido, os filhos, a avó, o genro, a nora.
Entretanto, à medida que desvenda a interioridade destes personagens, sem perscrutá-los intelectualmente mas olhando-os, tocando-os, aproximando-se deles, dando voz ao seu silêncio, à sua solidão, Clarice nos ensina o segredo do indizível.
Com ela, pela forma como faz das linhas pretextos de percepção das entrelinhas, aprendemos a paixão da descoberta do humano, do substrato inquieto da vida que se esconde atrás dos atores, no vão entre o silêncio e linguagem, nos bastidores das representações de cenas aparentemente banais.
Começando e terminando com a rotina, com aquilo que