Ciências Sociais

1. DEFINIÇÕES DE CULTURA, INDIVÍDUO E SOCIEDADE NA SOCIOLOGIA DO COTIDIANO

A sociologia do conhecimento foi particularmente fascinada pelos dois conceitos gêmeos, estabelecidos por Marx, de Infraestrutura e Superestrutura (Unterbau e Ueberbau). Foi neste ponto principalmente que a controvérsia se tronou violenta a respeito da correta interpretação do próprio pensamento de Marx. O Marxismo posterior teve a tendência a identificar a Infraestrutura com a estrutura econômica, da qual se supunha que a Superestrutura era um reflexo direito.
E agora de todo claro que isto representa incorretamente o pensamento de Marx, pois o caráter essencialmente mecanicista, em vez de dialético, desta espécie de determinismo econômico torna-o suspeito.
O que interessava a Marx é que o pensamento humano funda-se na atividade humana (trabalho no sentido mais amplo da palavra) e nas relações sociais produzidas por esta atividade.
A fascinação desse esquema prevaleceu apesar do fato da sociologia do conhecimento ter sido explicitamente formulada em oposição ao Marxismo e de terem sido tomadas diferentes posições nesse campo com a relação à natureza do correlacionamento entre os dois componentes do esquema.
Nietzsche desenvolveu sua própria teoria da falsa consciência, em suas análises conceituou o significado de social do engano e do autoengano e da ilusão como condições necessárias da vida.
O interesse de Scheler pela sociologia do conhecimento e pelas questões sociológicas em geral foi essencialmente um episódio passageiro em sua carreira filosófica. Seu objetivo final era estabelecimento de uma antropologia filosófica que transcendesse a relatividade dos pontos de vista específicos histórica e socialmente localizados.
Ajustando-se a esta orientação, a sociologia do conhecimento de Scheler é essencialmente um método negativo.
Scheler afirmava que a relação entre fatores ideais e fatores reais, termos que lembra claramente o esquema Marxista infra/superestrutura, era meramente