Ciência
A CIÊNCIA
PODE SER UM
AGENTE DE
TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL
Em janeiro de 2008, uma notícia-bomba correu mundo. Uma macaca, a partir de um laboratório na Carolina do Norte, EUA, usando a “força do pensamento”, fez um robô andar no Japão. O experimento joga para um futuro não muito longínquo a possibilidade de devolver os movimentos a tetraplégicos. Proeza do neurocientista Miguel Nicolelis, um paulistano e palmeirense roxo, citado como forte candidato ao prêmio
Nobel em sua área, que a cada passo faz questão de declarar duas paixões: o futebol e o Brasil. Especialmente o povo brasileiro, cujo talento, diz ele, só precisa de oportunidade para se manifestar. Não à toa, o humanista Nicolelis escolheu uma região pobre do país, o Nordeste, para implantar o primeiro instituto de ciências com o qual ele pretende iniciar uma rede que atenderá mais de 1 milhão de crianças. thiago Domenici Vou
fazer uma provocação: o senhor acredita em Deus?
Não. O único divino que eu acredito é o
Ademir da Guia [craque do Palmeiras nos anos 1960-70, apelidado de Divino pela crônica esportiva]. Aliás, tenho uma ótima relação com Deus: ele não acredita em mim e eu não acredito nele.
Thiago Domenici Posto
isso, vamos à infância.
Foi excelente. Nasci na Bela Vista, na parte do Bixiga, mas a família mudou pra Moema e cresci lá. Nossa grande diversão era ver avião pousar em Congonhas.
Marcos Zibordi Você
é filho único?
Tenho uma irmã. Tem um monte de carcamano na família de descendência italiana e grega. Meu pai Angelo Brasil Nicolelis é juiz aposentado, e minha mãe é escritora, Giselda
Laporta Nicolelis, na literatura infantil é conhecida, razão pela qual fui embora do Brasil, senão seria o filho da Giselda o resto da vida.
Marcos Zibordi