Ciência dos Sonhos Lúcidos
Você está correndo em direção a um penhasco. O vento bate no seu rosto e você pode sentir o frescor do ar contra sua pele. Quando você chega na ponta, não consegue parar - parecia que dava, mas aí não deu, e você despenca. Mas voa - você voa! Ao seu lado, o Papa. E não há nada de estranho nisso, é muito natural voar ao lado do Papa Francisco. De repente, puff, você se dá conta que aquilo é um sonho. E, como num tranco, o sonho termina.
Imagine se fosse possível não despertar de um sonho lúcido, no qual você sabe que está sonhando? As possibilidades seriam infinitas: daria pra visitar lugares que você nunca foi, conversar com gente inacessível de outra forma, voar, se transformar em um bicho… aliás, pode começar a fazer sua lista do que você faria se pudesse despertar sua consciência dentro de um sonho, porque isso é perfeitamente possível.
Sonhos lúcidos não são incomuns e eu aposto que você já teve um pelo menos uma vez. A controvérsia está na nossa capacidade - ou não - de permanecer consciente durante nossos sonhos. Pouco se sabe sobre o que acontece com o cérebro durante sonhos lúcidos e, mais importante, quando alguém consegue controlá-los. Muitos cientistas ainda dizem que isso é impossível, enquanto outros alegam que há muita coisa que não sabemos sobre o cérebro pra chegarmos a uma conclusão sobre isso.
A ciência tem alguns registros documentados desse tipo de fenômeno. Nesse estudo, de 2000, o psicofisiologista Steve LaBerge, um dos maiores especialistas sobre o assunto no mundo, pediu a indivíduos que mexessem os olhos em um padrão pré determinado durante sonhos lúcidos e foi capaz de observar e registrar esse momentos durante o experimento - ou seja, as pessoas ficaram conscientes durante o sonho e repetiram a instrução do pesquisador. Além disso, ele descobriu que esse tipo de experiência lúcida sempre acontece no quinto estágio do sono, o REM, no qual o corpo está totalmente paralisado com