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O LÉXICO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O léxico como um conjunto onde os falantes buscam as palavras e expressões que vão expressar suas ideias e sentimentos é algo complexo, uma vez que está em constante mudança, pois representa o mundo real, dinâmico, complexo, heterogêneo. Corresponderia à “langue” apresentada por Saussure.
Como se estabelecer o relacionamento do léxico com o mundo é uma das questões mais antigas. Não se pode imaginar que a língua seja um instrumento simples, acabado e eficiente para representar um mundo que tampouco está aí pronto, descrito, mobiliado. Embora tanto a Sintaxe como a Fonologia disponham de um conjunto fechado de possibilidades básicas de realização numa língua, o léxico é infinito e, todo dia, não só surgem novos termos como antigos desaparecem.
O léxico de uma língua pode ser visto como “dicionário” ideal duma língua, ou como o saber interiorizado por parte dos falantes de uma comunidade linguística. Para Bidermam (2001, p. 179), ainda que “o léxico seja patrimônio da comunidade linguística, na prática, são os usuários da língua – os falantes – que criam e conservam o vocabulário dessa língua”, pois, como assegura a mesma autora, “o léxico constitui um vasto universo de limites imprecisos e indefinidos”. Percebe-se, então, que o “léxico é o domínio cuja aprendizagem jamais cessa, durante toda a vida do indivíduo” (BIDERMAN, 2001, p, 180).
As intersecções entre os “léxicos parciais” (parcelas à direita) possibilitam uma interação comunicativa entre os membros da comunidade linguística. Segundo Abbade (2006),
A linguagem é expressa por palavras, e essas palavras irão constituir o sistema lexical de uma língua e, consequentemente, de um povo. Assim, estudar o léxico de uma língua é estudar também a história do povo que a fala.
Segundo Vilela (1979, p. 9), “tendo em conta a função representativa da linguagem, o léxico é o conjunto das unidades