Cipa

Os acidentes do trabalho e as doenças profissionais apresentam um número expressivo no contexto nacional e colocam o Brasil como um dos países com maior índice de acidentes do trabalho do mundo.

Estes acidentes e doenças podem acontecer em decorrência de três fatores principais: o primeiro, devido aos fatores produtividade e qualidade, exigências feitas pelas empresas aos trabalhadores, sem contudo oferecerem condições seguras e conhecimentos sobre a organização e os riscos aos quais estão expostos; o segundo fator relaciona-se ao despreparo e também à falta de conhecimento dos trabalhadores do sistema organizacional ao qual estão inseridos, por isso muitas vezes se expõem aos riscos sem o uso adequado de equipamentos de proteção, e acontece o acidente conhecido e muito divulgado como ato inseguro do trabalhador; e o terceiro e último está relacionado às próprias leis, de não possuírem uma legislação mais efetiva e punitiva dos responsáveis pelas empresas que não proporcionam segurança e condições adequadas de trabalho.

Para SOUZA (1996) em sua crônica publicada no dia 26 de novembro de 1996, no jornal Folha de São Paulo, o Brasil apresenta uma fábrica de cadáveres, e o mesmo escreve que o país e a população relembra de fatos onde a tragédia apresenta um número expressivo de atingidos ao mesmo tempo, e ele cita o acidente ocorrido em São Paulo, no dia 31 de outubro de 1996, com o avião da TAM, em que morreram 98 pessoas, porém a mesma população não toma conhecimento dos óbitos ocorridos em decorrência dos acidentes do trabalho, que são na proporção de 40 vezes mais que os mortos do acidente, isto é, os acidentes do trabalho mataram 3.967 trabalhadores no ano de 1995 e que os acidentes do trabalho decorrentes da situação de trabalho neste mesmo ano foram quatro vezes o estádio do Maracanã lotado em dia de clássico (424.137 acidentes) e que os incapacitados definitivamente são nada menos que 15.156 trabalhadores que passaram a sobreviver com uma mísera pensão