| Cinemática do Trauma (1ª parte) | última atualização: 05/04/00 | | | | | | IntroduçãoA equipe que atende a um politraumatizado deve ter dois tipos de lesões em mente. O primeiro tipo são aquelas facilmente identificáveis ao exame físico, permitindo tratamento precoce. Já o segundo tipo de lesões são aquelas ditas potenciais, ou seja, não são óbvias ao exame mas podem estar presentes pelo mecanismo de trauma sofrido pelo paciente. Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe, danos menos aparentes podem passar desapercebidos, sendo tratadas tardiamente.Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente. Quando bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90% das lesões antes de ter contato direto com o paciente.A história no trauma divide-se em três fases:· Pré-impacto: são os eventos que precedem o acidente, tais como ingestão de álcool e ou drogas, condições de saúde do paciente (doenças preexistentes), idade, etc. Estes dados terão influência significativa no resultado final.· Impacto: deve constar o tipo de evento traumático (ex. colisão automobilística, atropelamento, queda, ferimento penetrante, etc.). Deve-se também estimar a quantidade de energia trocada (ex. velocidade do veículo, altura da queda, calibre da arma, etc.).· Pós-impacto: ela se inicia após o paciente ter absorvido a energia do impacto. As informações coletadas nas fases de pré-impacto e impacto são utilizadas para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça à vida pode ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase pela equipe de resgate.Portanto, as informações colhidas pelas equipes a respeito dos danos externos e internos do veículo constituem-se em pistas para as lesões sofridas pelos seus ocupantes. Com isto, a identificação das lesões ocultas ou de diagnóstico mais difícil são facilitadas, permitindo tratamento mais precoce reduzindo-se a morbi-mortalidade dos