Cinema
Depois do estilo clássico cinematográfico, surge na França entre os anos 20 e 30 o cinema de vanguarda que não seguia o modelo narrativo da linearidade, explorava o abstrato, buscava novas técnicas, ideias, iluminação e novos ângulos de câmera. O cinema vanguardista foi impulsionado pelas correntes artísticas de vanguarda (surrealismo, dadaísmo, impressionismo, cubismo e etc.) que resolveram experimentar a linguagem cinematográfica como forma de arte.
Os filmes “Entr’acte” 1924 de René Clair e “The man with a movie camera” 1929 de Dziga Vertov trouxeram o naturalismo realista que visava questionar a estrutura do cinema clássico e trazia um novo olhar sobre sua produção.
Com uma proposta de cinema dadaísta, René Clair e o seu filme Entr’acte de 1924, como o próprio nome sugere “Entre Atos”, fora criado para ser exibido nos intervalos do ballet “Relâche”. O filme apresentava uma mescla de delicadeza e humor corrosivo, aliados a uma atitude radical. Seu principal objetivo era negar, escandalizar e ironizar as convenções estéticas tradicionais.
O experimentalismo usado em Entr’act mostra a distorção do realismo e brinca com dualidade do feminino/masculino; que pode ser percebido na montagem de um corpo feminino fazendo movimentos suaves que em seguida contrapõe e ironiza a personagem com a revelação de um rosto masculino e barbado. O filme de Clair foge do convencionalismo, não apresenta uma narrativa linear, é desprovida de estrutura lógica; constituído por experimentos de luz/sombra e por várias