cinema
Os Dias Estranhos do Cinema ou a inconstância do eu e do outro nas personagens e no encontro entre o mundo real e a ficção
Paula Cordeiro
Universidade do Algarve
Índice
1 A viagem psicológica na busca do
“eu”
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1.1 A dialéctica do “eu” e do “outro”
2
1.2 Os limites e a subjectivação do
“eu” e do “outro” . . . . . . . .
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2 A metaforização da ideia de écran: caixa para as imagens, janela ou espelho?
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2.1 O cinema enquanto espelho da realidade . . . . . . . . . . . . .
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2.2 O espectador e a dualidade entre as imagens e o écran onde estas se projectam considerações teóricas sobre a oscilação entre percepção do real e a ficção . . . .
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3 O jogo de espelhos em “Strange
Days”
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3.1 As personagens: corpo do actor e pensamento do autor . . . . . .
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3.2 A dicotomia entre o real e o imaginário na história: a colisão de dois mundos . . . . . . . . . . .
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4 Bibliografia
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A realidade, tanto quanto sabemos é uma espécie de liame algo frágil que se constrói e vai destruindo de acordo com a nossa concepção do mundo. A ideia que dela fazemos, resulta de uma construção do espírito, que por sua vez é resultado da nossa percepção sensível. A realidade, complexa, diversificada e infinita move-se a uma velocidade que dificilmente conseguimos acompanhar. Entramos em contradição. Segundo Husserl, parece que não podemos conhecer as coisas tal como elas são em si mesmas, pois a aparência é o que está ao nosso alcance. Daí que desde o início do cinema se procure a reprodução da realidade. Cenários perfeitos, o detalhe aproximado à vida do quotidiano, as grandes dimensões da tela, imagens nítidas e agora, digitais, dão-nos a sensação de
“viver”, “sentir” e fazer parte da história que comodamente assistimos sentados na cadeira da sala de cinema. Durante a projecção de um filme, o espectador oscila entre o “estar” e o “não estar” perante um écran de cinema.
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