cinema
Levou certo tempo para que o artista conquistasse seu espaço e sua explosão foi meio que uma compensação pelos fracassos e problemas que colecionou. Eminem conseguiu deixar para trás o passado e o transformou em histórias cáusticas e irônicas. Sua habilidade em criar rimas cheias de angústia e revolta é espetacular. No ano de 2003, o poeta irlandês Seamus Heaney (vencedor do Prêmio Nobel da Literatura em 1995) além de denominar Eminem como o Shakespeare moderno, fez a seguinte declaração: “Eminem criou um senso do que é possível. Ele enviou uma tensão em torno de uma geração. Ele fez isso não apenas através de sua atitude subversiva, mas também a partir de sua energia verbal”.
O talento de Eminem é reconhecido principalmente pelo fato do rapper transitar por inúmeras temáticas e gêneros literários, como por exemplo, gênero carta na música Stan; gênero memória literária nas músicas Brain Damage, Mockinbird, Cleanin Out My Closet; gênero gótico nas músicas Underground, 3am, 97 Bonnie Clyde; discurso polifônico na música Guilty Conscience, que conta a história dos dois lados da consciência: o bem, interpretado por Dr. Dre e o mal, representado pelo Eminem.
Ao longo de sua carreira o rapper também já fez músicas de protesto contra o comportamento do presidente George Bush em relação à guerra ao Iraque nas músicas White America e Mosh.
Vale destacar também que o rapper utiliza três timbres de vozes diferenciados, sendo que cada voz é dotada por uma personalidade peculiar, assim sendo, Eminem reivindica para o rap seu status artístico, integrando teatralidade ao gênero musical.
Ao destacar-se por suas performances vocais diferentes, o rapper se assemelha aos poetas trovadores, pois a excelência de sua poética é constituída da soma da escrita com a oralidade. Portanto, Eminem nos transporta de certo modo à