Os anos 1960 foi considerado o período em que a arte se ampliou quebrando seus limites, houve o surgimento da videorte com o propósito de quebrar os domínios da televisão, que era a tecnologia predominante na época. Les Levine e Frank Gillette foram os pioneiros no uso de equipamentos de vídeo de meia polegada em 1965, eles faziam uns vídeos improvisados sem o mínimo direcionamento artístico. Surgi então em meados dos anos 60 a videoarte. Embora haja discordância quanto suas origens exatas, eram praticados dois tipos de vídeos: um voltado aos documentários dirigidos por ativistas ligados aos noticiários alternativos e o outro ligado mais propriamente aos vídeos artísticos. Considerado como o primeiro vídeoartista, Nam June Paik (1932-2006), quando apontou sua câmera em direção da comitiva do papa que passava por Nova York, não quis registrar como um documento aquele evento, como faz os jornalistas ou documentaristas. Ele fez uma filmagem que se distanciava dos padrões televisivos e utilizou o instante para inserir a sua visão pessoal e artística do fato, ou seja, criou uma poética. Por ser um artista de formação e ter a intenção de fazer daquele evento um momento artístico, já que não tinha a intenção comercial com o mesmo, é que se pode considerar seu gesto como estético. Então vídeo arte só pode ser feita por artistas que tem consciência de como manipular o meio expressivo para alcançar o resultado desejado. Quer dizer que tem a intenção artística como único objetivo, o que contrapõe o objetivo do diretor de TV que apesar de se utilizar de elementos artísticos para compor a cena, tem o objetivo comercial. Essa apropriação dos meios tecnológicos televisivos é uma das características da vídeoarte, contrapondo a imagem polida e maquiada da TV, a vídeo arte veio para transgredir denunciar a submissão do público à lavagem cerebral que a televisão impõe em mensagens subliminares. A vídeoarte é despojada da linearidade e do tratamento ilusionista da TV.