Cimento
Segundo o professor Vanderley John, um dos responsáveis pelo projeto, foi necessário mudar a composição do material usado para fazer o cimento e, ainda assim, eles conseguiram obter a mesma resistência do produto convencional.
O projeto combina matérias-primas simples com ferramentas e conceitos avançados na gestão do processo industrial. John acredita que o novo processo industrial é capaz de dobrar a produção mundial do cimento de maneira fácil e ecológica.
O cimento tradicional (Portland) é composto por argila e calcário, substâncias que, quando fundidas em um forno sob altas temperaturas, se transformam em um composto denominado clínquer. Os grãos de clínquer são moídos com gipsita (mineral, matéria-prima do gesso) até que tudo vire pó.
"Estima-se que para cada tonelada de clínquer são emitidos entre 800 e 1.000 quilos de CO2, incluindo o CO2 gerado pela decomposição do calcário e pela queima do combustível fóssil (de 60 a 130 quilos por tonelada de clínquer)", diz John.
A solução
A nova tecnologia foi criada com o aumento da proporção de "carga" (filler) na fórmula do cimento Portland ao adicionar dispersantes orgânicos que afastam as partículas do material, o que possibilita o uso de menos água na mistura com o clínquer.
A carga é uma matéria-prima feita com base no pó de calcário e que dispensa tratamento. É exatamente este processo o responsável por mais de 80% do consumo de energia e 90% das emissões de CO2 durante a fabricação do cimento.
Atualmente, a indústria do cimento é responsável por 5% de emissão de CO2 em todo o planeta. Se todas as previsões estiverem corretas, a produção de cimento