Cimento Ecológico
Nosso mundo moderno é construído em grande parte com cimento Portland, um material inventado quase 190 anos atrás por um pedreiro do Yorkshire chamado Joseph Aspdin. Em 1824, ele obteve uma patente para “um aperfeiçoamento nos modos de produção de pedra artificial”, que envolvia o cozimento de cal e argila em um forno industrial, e a moagem do clínquer resultante na forma de um pó fino composto basicamente por silicatos de cálcio, a ser posteriormente misturado com água. A mistura deflagra uma complexa reação química que forma cristais de hidrato de silicato de cálcio, por exemplo, o que endurece a mistura.
O cimento Portland provou-se barato de fabricar e imensamente versátil, e não demorou muito para que se tornasse o ingrediente básico tanto do concreto quanto da argamassa, os materiais básicos de construção de todas as cidades do planeta. A cada ano, cerca de 1,7 bilhão de toneladas de cimento Portland são produzidas no mundo, um espantoso total de cerca de 250 quilos por habitante do planeta.
A produção de cimento Portland gera um volume imenso de dióxido de carbono. Isso se deve em parte à grande quantidade de energia necessária para elevar as temperaturas dentro dos fornos de cimento aos 1.450°C necessários tostar o carbonato de cálcio (oriundo do giz ou do calcário), e também ao fato de que o processo de conversão em si gera dióxido de carbono.
Para cada tonelada de cimento Portland que emerge dos fornos, cerca de uma tonelada de CO2 escapa para a atmosfera. A produção de cimento é responsável por cerca de 7% das emissões artificiais totais de dióxido de carbono no mundo, um número que sobe para além dos 10% em países que vêm se desenvolvendo rapidamente, como a China, que atualmente produz uma em cada três toneladas de cimento empregadas no mundo.
Se temos por objetivo controlar o aquecimento global, não podemos permitir que essa situação persista. Para reverter tal situação foi desenvolvido o CPIII (Cimento Portland de Alto