Ciencias
Todas as formas de melhoramento de plantas envolvem a selecção. Desde há 10.000 anos que este processo se realiza, por meios progressivamente mais científicos, conduzindo a maiores ganhos em produtividade, qualidade e diversidade das plantas exploradas. As plantas, porque não se podem deslocar, desenvolveram mecanismos sofisticados de defesa contra herbívoros, patogéneos e outros agentes de stress. Alguns produtos do metabolismo secundário das plantas têm forte acção tóxica e podem funcionar como defesas.
Nestes produtos incluem-se, por exemplo, a amigdalina (existente na amêndoa amarga e que gera o cianeto
- glicósido cianogénico que inibe a citrocomo oxidase interrompendo a respiração celular), a nicotina (o sulfato de nicotina é um insecticida potente), cardenólidos (esteróides glicosilados, como a digitoxigenina, muito tóxicos por inibirem as bombas de Na
+
-K
+
), a solanina
(existente nas batateiras selvagens), psoralenos (existentes no aipo selvagem) e muitos outros compostos pouco recomendáveis na alimentação humana e animal.
As plantas cultivadas para uso alimentar são mais sensíveis às pestes que as selvagens porque foram seleccionadas para isso mesmo, para reduzir a sua toxicidade. Apesar disso, nos países industrializados,
99% de todas as substâncias carcinogénicas que o homem consome na sua dieta são compostos do metabolismo secundário das plantas, embora o metabolismo humano forneça protecção suficiente contra essas substâncias naturais.
Esta situação claramente evidencia que o que é natural não é bom por inerência. Um processo levado a cabo pelos agricultores ao longo dos tempos, e de forma gradualmente mais eficiente, tem sido o tornar comestíveis plantas que o não eram.
Os princípios estabelecidos por
Mendel, no séc. XIX, fundamentaram o melhoramento convencional por cruzamento e selecção, em que progenitores seleccionados são