Ciencias contabeis
Como a burocracia tornou o Brasil um dos piores países para fazer negócios, defeito confirmado por um estudo do Banco Mundial
: 25/08/2004
Dez anos depois de vencer o dragão da inflação, o país se vê agora diante de outro desafio tão ou mais hercúleo -- derrotar o burocrassauro incrustado no governo brasileiro. A fera burocrática atingiu tamanha proporção e tal voracidade que deixou de ser apenas um motivo de irritação para milhões de brasileiros. Transformou-se num dos principais obstáculos ao crescimento do país. Foi essa a principal conclusão do último EXAME Fórum, ocorrido em São Paulo na segunda-feira 23 de agosto, com a presença de um dos maiores especialistas internacionais na matéria, o economista Simeon Djankov, do Banco Mundial. Na ocasião, Djankov expôs a versão atualizada do mais completo estudo global já realizado sobre a burocracia, que compreende 145 países e do qual emerge um retrato devastador para o Brasil. "É difícil imaginar um ambiente de negócios pior que o brasileiro", afirma Djankov. O estudo do Banco Mundial por ele coordenado até encontrou uma nação pior que o Brasil. É o modestíssimo Chade, nação africana sem saída para o mar, com renda per capita equivalente a um quarto da brasileira. Só lá as autoridades conseguiram criar um número ainda maior de etapas burocráticas no processo de abertura de um negócio. Se esse indicador, isoladamente, já preocupa, a situação se complica quando se observam outras conclusões do estudo. Ele diz o seguinte a respeito do Brasil:
Possui uma das legislações trabalhistas mais rígidas do mundo.
Na hora de demitir um funcionário, as empresas enfrentam o quarto maior custo do mundo.
É o pior país do mundo quando se calcula o tempo necessário para encerrar um negócio que não deu certo.
A Justiça brasileira também é uma das mais lentas do mundo. Uma simples disputa comercial leva, em média, 566 dias para ser resolvida.
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