ciencia
* Edward MacRae
*Doutor em Antropologia (USP), Professor Adjunto da Faculdade de Filosofía e Ciéncias Humanas/UFBA, pesquisador associado do CETAD/UFBA.
Ao pensar em responderá pergunta acima, constatamos que ela é mal formulada por enfatizar excessivamente a dicotomia pessoal/social em relacáo á questáo das granas. Seria melhor pensar nesses termos como extremidades de um continuo e náo como entidades distintas. Em outras palavras, aquilo que afeta a sociedade inevitavelmente tem suas repercussóes a nivel individual e vice-versa. Da mesma forma que o individuo deve apoiar, respeitar, defender e se empenhar pelo aprimoramento da organizacáo social da qual participa, esta também tem a responsabilidade de zelar pelo seu bem-estar, sempre cuidando de proteger a sua liberdade.
No que se refere ao uso de substáncias psicoativas ocorre que, atualmente, a sociedade como um todo vem enfrentando a questáo de maneira contraditória, adotando políticas ineficazes que muitas vezes acabam por confundir os individuos e ao ignorar certos aspectos pode até agudizar as suas conseqüéncias negativas.
Ao escolher a repressáo como o principal método de abordar o problema comete-se de início um erro grave. Apesar de se criminalizar a producáo, comércio e uso de um longo elenco de substáncias, devido a uma série de razóes históricas, políticas e económicas acaba-se de fato, abdicando de qualquer controle sobre os que mais maleficios causam: o tabaco e o álcool.
Estes tém seu uso francamente promovido através de caríssimas campanhas publicitárias e, em muitos casos, até de incentivos fiscais dados á sua produFáo. Apesar de se tratar de substáncias cujo uso pouco criterioso pode acarretar sérios danos á saúde do consumidor e perturbacóes, prejuízos á sociedade como um todo, sáo poucos os esforcos sérios feitos para disciplinar a sua oferta e nem mermo se respeita a tímida legislacáo vigente sobre o
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assunto. Como