Ciencia e democracia
Cientistas e gestores cada vez mais se dão conta da importância da sociedade nas tomadas de decisão sobre ciência e tecnologia, o que representa um ganho significativo para o funcionamento da democracia. E o Brasil tem concedido importantes contribuições com trabalhos de percepção e de participação pública da ciência e da tecnologia desde o início desta década.
A contextualização desses trabalhos em um cenário mais amplo, em que o país se insere em pesquisas com outros países ibero-americanos, foi o fio condutor da sessão de encerramento do congresso Cidadania e Políticas Públicas em Ciência e Tecnologia, em Madri, Espanha, coordenada por Carlos Vogt, secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo.
O evento, que reuniu especialistas de diversos países, foi promovido pela Fundação Espanhola para Ciência e Tecnologia (Fecyt) e pela Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI).
Interesse público pela ciência
Em sua conferência, Vogt destacou que a falta de interesse do público pela ciência ou a falta de confiança na ciência e na tecnologia, ou nos cientistas, estão inseridas em um contexto mais amplo, "que envolve outras variáveis além do ensino formal e do ambiente, como a cultura geral do indivíduo e os estímulos que recebe, por exemplo, pelos meios de comunicação".
"Hoje, a percepção pública da ciência é entendida por muitos como algo integrante de um sistema cultural, que denomino de cultura científica", afirmou. Segundo ele, iniciativas como a divulgação científica e a capacitação de cientistas e de jornalistas para tal atividade são importantes para se consolidar a cultura científica de um país.
Atividades de divulgação científica
A importância de atividades de divulgação científica foi bastante enfatizada durante todo o congresso, que contou com trabalhos sobre percepção pública da ciência, comunicação de ciência, comunicação de risco, divulgação e educação, política científica e tecnológica, entre outros temas. Uma parte